Órgãos impressos em 3D transformam a ciência médica, mas a complexidade dos corpos humanos apresenta desafios para previsões precisas
A causa desta mudança revolucionária reside nos avanços na
tecnologia de impressão 3D, que permite a estratificação precisa de células
para criar estruturas de tecidos complexas. Como consequência o potencial fim
da escassez de órgãos e o cancelamento da recusa de transplantes porque os
órgãos se produzem a partir das próprias células do paciente. A jornada
do laboratório à clínica está repleta de desafios técnicos e biológicos.
A linha do tempo da impressão de órgãos 3D acelerou na
última década. Em 2013, os cientistas imprimiram com sucesso um fígado humano
em miniatura. Em 2019, os pesquisadores passaram para estruturas mais complicadas,
como o tecido cardíaco. O salto da impressão de pequenos tecidos para órgãos
totalmente funcionais envolve aumentar a escala e garantir a viabilidade em
longo prazo no corpo humano. Em termos de espaço, a investigação segue em nível
global, desde universidades nos Estados Unidos até centros biotecnológicos na
Europa e na Ásia.
O ajustamento dos órgãos à parte genética do paciente, no
entanto, reduziria as taxas de rejeição, acessibilidade e capacidade potencial
para drasticamente tornar-se menor os anos de espera para transplantes. Os
órgãos humanos, constituídos por redes complexas de células, vasos sanguíneos e
nervos, são difíceis de copiar e o custo da tecnologia e dos materiais
dispendiosos necessários limita a sua acessibilidade generalizada.
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Foto: iStock |
A biotecnóloga inglesa do Imperial College London, dra. Sarah Lewis, avaliou também
sobre os diferentes e complicados aspectos do transplantes de órgão
impressos. Para a dra. Lewis, o corpo humano é um sistema integrado, e não um conjunto de segmentos que compõem um todo.
“Embora o potencial seja enorme, devemos moderar nossas expectativas. O corpo humano não é apenas uma coleção de partes, e sim um sistema altamente integrado. Prever quando podemos confiar com segurança imprimir órgãos para transplante é difícil devido a essas complexidades biológicas.”
Por sinal, uma equipe da Universidade de Telavive já imprimira
um coração pequeno e rudimentar usando células humanas. Este marco demonstrou o
potencial da tecnologia 3D, mas também realçou a complexidade, uma vez que o
coração impresso precisava ser totalmente desenvolvido e ajustado ao corpo
humano.
A impressão 3D de órgãos representa uma potencial transformação para a medicina, um caminho para órgãos impressos totalmente funcionais e amplamente disponíveis. A natureza complexa da biologia humana torna difíceis previsões precisas. A jornada prossegue, e cada avanço nos aproxima de um futuro onde a impressora, e não a lista de doadores determina a disponibilidade de órgãos que salvam vidas.
Referência: Medical Device Net Work