Poltergeist assombra uma família em Enfield, atrai a atenção mundial e divide opiniões sobre a autenticidade do fenômeno
Da Redação✍
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Divulgação: Acervo particular
de Graham Morris |
Em agosto de 1977, a família Hodgson envolveu-se em um dos casos paranormais mais intrigantes do Reino Unido. Peggy Hodgson e suas filhas, Margaret e Janet, vivenciaram fenômenos inexplicáveis, o que chamou a atenção dos investigadores e da mídia. A polêmica sobre a autenticidade dos acontecimentos persiste até hoje.
O caso Enfield deu início em 30 de agosto de 1977, quando
Peggy Hodgson, mãe solteira, relatou atividades estranhas em sua casa nessa cidade. Suas filhas, Margaret, 13, e Janet, 11, estiveram no centro dos fatos.
Móveis se moviam sozinhos, sons inexplicáveis e vozes estranhas levaram ao
frenesi da mídia e a uma investigação por especialistas paranormais. O
resultado foi devastador para a família diante da descrença, do descrédito e das
publicações indesejadas enquanto, diariamente, o Poltergeist não dava trégua.
Acontecimentos apavorantes ocorridos na
casa da família Hodgson, uma modesta casa de dois andares, entre 1977 e 1979, tornou a residência um ponto focal para pesquisadores do assunto. As atividades mais
intensas aconteciam à noite, centradas em Janet, a filha mais nova. Ao longo de
dois anos, dezenas de testemunhas, como jornalistas, policiais e investigadores
dos fenômenos documentaram os estranhos acontecimentos; para uns, aumentava
a credibilidade do caso; para outros, apenas dúvidas e suspeitas.
Comparam frequentemente o caso Enfield a outros eventos
paranormais, como o famoso caso Amityville nos Estados Unidos. Alguns pesquisadores,
como Maurice Grosse e Guy Lyon Playfair, acreditavam na autenticidade dos fenômenos; já o mágico e cético James Randi, não ― ventriloquia para ele, as meninas produziriam
as assombrações, apesar das evidências, relatadas por testemunhas oculares, gravações de áudio e
fotos.
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Registro de um dos diversos
fenômenos acontecidos na residência da família Hodgson em 1978 (Divulgação:
Acervo particular de Graham Morris) |
Enfield, ao norte de Londres, Inglaterra, ganhara notoriedade mundial depois que a mídia tomou conhecimento. Policiais, jornalistas e vizinhos afirmaram ter presenciado os fenômenos na casa, afora uma farta documentação de vozes estranhas e objetos em movimento em áudio e vídeo foram divulgados, assim como estudos feitos por membros da Society for Psychical Research; o ceticismo, porém, e suas críticas acerbas negavam tudo.
Um exemplo notável do fenômeno foi a voz gutural de um falecido chamado Bill Wilkins, supostamente gerada pela menina Janet através do meio da psicofonia (fenômeno mediúnico no qual um espírito se comunica através da voz de um médium segundo o espiritismo). Especialistas chegaram à conclusão de que uma criança, a filha caçula da Sra. Hodgson, não conseguiria sustentar tal voz por longos períodos sem causar danos vocais. Os céticos, no entanto, sugeriram provável habilidade rara da adolescente ― “ela poderia ter aprendido a técnica, do ventriloquismo”, alegaram.
Os fenômenos ocorridos com os membros da família Hodgson continuam sendo um dos mistérios mais debatidos no campo do paranormal. Embora muitas das ocorrências, atribuídas a fraude ou exagero, o número de provas e testemunhas deixaram a porta aberta ao que consideram inexplicável ― “por que não podem serem autênticas e explicáveis?”, indagam os entusiastas da mediunidade. Seja como exemplo de histeria coletiva ou de verdadeiro encontro com o sobrenatural, todo caso assombrante fascina, instiga a curiosidade de muitos, e representa um ponto de suma importância no estudo dos bizarros fenômenos dessa natureza.