Planeta pode abrigar vida e intriga cientistas

Exoplaneta com oceanos e sinais biológicos detectados amplia as esperanças de encontrar vida fora do Sistema Solar, segundo pesquisadores

Da Redação


Imagens : Nasa, ESA, CSA e STScI



Existe vida além da Terra? Essa indagação, repetida há séculos, acaba de ganhar um novo fôlego com as recentes descobertas sobre o planeta K2-18b, situado a 120 anos-luz do nosso sistema. O exoplaneta apresenta compostos químicos produzidos apenas por organismos vivos na Terra. Posicionamento no cosmos e efeito para a ciência? As respostas começam a surgir entre espectros de luz e cálculos cósmicos.

Com a detecção de vapor d'água, metano e dióxido de carbono na atmosfera de K2-18b pelo telescópio James Webb, os cientistas começaram a considerar seriamente a possibilidade de o planeta possuir formas de vida. Por isso, o interesse pela análise detalhada de sua composição aumentou muito. A interpretação conjunta desses sinais químicos sugere a presença de um meio propício ao surgimento de processos biológicos. Por esse motivo, a pesquisa astrobiológica sobre exoplanetas similares foi ampliada.

Desde que o planeta passou a ser reconhecido em 2015, no espaço ocupado pela constelação de Leão, os astrônomos têm acompanhado suas características com interesse crescente. Com os novos conjuntos de observações coletados, após o lançamento do telescópio James Webb em 2021, começaram a surgir revelações sem precedentes sobre sua atmosfera. Ao redor da estrela anã K2-18, localizada a 120 anos-luz da Terra, esse exoplaneta orbita a uma distância da qual se pode considerar que é habitável. Em distintos períodos das novas observações, os cientistas registraram variações na concentração de compostos orgânicos em sua atmosfera, fortalecendo hipóteses antes pouco prováveis.

Ao contrário de muitos exoplanetas estudados anteriormente, cujas atmosferas apresentavam sinais incompatíveis com a presença de vida, K2-18b tem uma composição semelhante à da Terra, embora sua massa ultrapasse nove vezes a do nosso planeta. Ao contrário dos gigantes gasosos, onde as temperaturas extremas dificultam qualquer análise detalhada, esse exoplaneta gira em torno da zona habitável da estrela anã K2-18, o que permite comparar seu clima com condições que podem ser favoráveis à vida.

Imagens : Nasa, ESA, CSA e STScI



Enquanto outros mundos revelam apenas vestígios de vapor d'água ou metano, neste, a possível presença de dimetilsulfeto, uma substância produzida apenas por organismos vivos na Terra, indica um cenário promissor do ponto de vista biológico. “Nosso objetivo final é identificar vida em um exoplaneta habitável, o que transformaria radicalmente nossa compreensão do lugar da humanidade no cosmos.” — Nikku Madhusudhan, astrofísico da Universidade de Cambridge.

Entre os elementos cuja descoberta despertou entusiasmo na comunidade científica, destacam-se: a detecção de vapor d’água em sua atmosfera; a descoberta de metano e dióxido de carbono, que sugerem um possível ciclo de carbono estável; a presença de um oceano sob uma camada espessa de hidrogênio, característica comum aos chamados planetas hiena, e a provável presença de dimetilsulfeto, composto tido como um dos bioindicadores mais convincentes, já vistos fora do Sistema Solar também foram descritas. Esses fatores, quando vistos em conjunto, elevam K2-18b a um novo patamar no campo da astrobiologia.

Dados reunidos pelo telescópio James Webb reforçaram a tese da habitabilidade. Por exemplo, as análises espectroscópicas apontaram a presença de traços de compostos orgânicos similares aos da Terra na luz filtrada pela atmosfera do planeta. Outro exemplo marcante está na semelhança das assinaturas químicas com aquelas produzidas por fitoplânctons oceânicos terrestres. Além disso, a existência de uma camada líquida sugere um ambiente aquático estável — um dos requisitos fundamentais para o desenvolvimento da vida.

Enquanto os telescópios vasculham o universo em busca de respostas, cada descoberta como a do K2-18b nos aproxima de uma nova perspectiva sobre a vida. Talvez não haja tanta solidão quanto pensamos. Como disse o astrofísico Carl Sagan: “Em algum lugar, algo incrível está esperando para ser descoberto.” Se o próximo passo for confirmar a presença de organismos vivos, viveremos uma das maiores revoluções científicas da história. 

Fontes:

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