O barulho que une (ou divide) vizinhos: como o volume dos sons revela a verdadeira face da convivência mútua
Tem condôminos que se pautam por um princípio bem claro: o seu direito termina exatamente onde o meu jamais se acaba... Será que o barulho que incomodam, talvez até sem perceber, é apenas um detalhe decorativo da vida?!”
Da Redação
Alguns moradores seguem a
filosofia de que pagar condomínio é o único critério necessário para dominar o
prédio. O que acontece no corredor, no elevador ou no apartamento do vizinho é
secundário, e o silêncio, se existir, é apenas coincidência. No fundo, todos
somos figurantes da sua peça particular de caos sonoro.
Dizem que a música amansa os animais selvagens, mas nos condomínios ela cumpre um papel ainda mais complexo: o de cicerone das relações humanas. O som alto — seja a furadeira das 7 horas de um sábado, o seriado em volume de cinema à meia-noite ou a banda de rock que ressuscita os anos 80 às terças-feiras — não é mero incômodo. É, na verdade, um sofisticado sistema de comunicação entre andares.
O barulho, assim, une. Une todos no mesmo grupo de WhatsApp repleto de mensagens passivo-agressivas, nas reuniões de condomínio com discursos inflamados sobre “civilidade” e, claro, na missão coletiva de identificar a origem do último “TUM” que fez tremer as paredes.
Há quem trate a área comum como extensão do seu lar — inclusive deixando a privacidade de lado ao discutir assuntos conjugais no corredor. Afinal, por que poupar os outros de um pouco de drama grátis, né?
Piadinha rápida de vizinhos de condomínio
Dois vizinhos
se encontram no elevador. Um reclama:
— Não aguento
mais o barulho do apartamento de cima!
O outro
responde:
— Ah, eu também… mas pelo menos a gente não paga o aluguel deles, né? (DS)
