Comunidade astronômica debate a natureza do segundo objeto interestelar detectado, e cientistas ponderam origens mais exóticas para suas características incomuns
Da Redação✍
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E se um artefato tecnológico de outro sistema estelar atravessasse o nosso quintal cósmico? Esse questionamento, próprio da ficção científica, ganhou contornos de plausibilidade com o visitante interestelar, um fenômeno misterioso de propriedades físicas singulares. Sua trajetória hiperbólica confirma uma origem além do nosso Sol, polêmicas e características físicas instigam estudiosos e a imaginação pública. A hipótese de que se trate de algo mais do que um simples cometa desafia os limites da ciência e instiga a curiosidade do público.
Diante da velocidade não gravitacional do objeto, astrônomos iniciaram uma
análise detalhada. De acordo com a teoria mais difundida, a descarga de gases,
um processo típico de cometas ao se aproximarem de uma estrela, pode ocorrer em
diferentes circunstâncias. Em face da carência de pó no apêndice posterior,
peculiaridade dos cometas, alguns astrônomos cogitaram a chance de existir uma
"propulsão artificial", ressaltando-lhe
a novidade do formato.
Consoante pesquisa, a forma esférica do corpo celeste
surpreendeu os cientistas, pois eles não esperavam ver uma trajetória tão
definida próxima ao Sol, dado que os cometas geralmente a têm pouco precisa. Em
dezembro de 2019, o telescópio espacial James Webb, já em funcionamento,
ofereceu outras informações adicionais essenciais. Segundo as últimas
notícias, o 3I/ATLAS e seus mistérios e contrastes se afastam rumo ao espaço
interestelar para além da órbita de Marte.
Ao caminhar em direção à órbita elíptica do chamado
"planeta vermelho", o 3I/ATLAS, diferentemente do Oumuamua e da
maioria dos cometas, não apresenta uma cauda de poeira significativa, embora
apresente certa mudança de velocidade. Enquanto alguns veem sinais de um possível
artefato tecnológico nas características atípicas, outros identificam
coincidências naturais. Apesar das explicações ortodoxas, a tese de Avi Loeb
permanece como um contraponto provocador.
A aceleração não gravitacional do objeto, combinada com a sua forma extremamente achatada e o brilho incomum, é consistente com a ideia de uma vela leve de origem artificial. — Avi Loeb, astrofísico da Universidade de Harvard e proponente da hipótese de artefato tecnológico.
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Com o Telescópio Espacial James Webb da NASA,
pesquisadores observaram o 3I/ATLAS em 6 de agosto de 2025. (Imagem: Nasa pelo Telescópio Espacial James Webb). |
Já a astrônoma Karen Meech
pensa o contrário do argumento de Loeb, que defende o conceito de modéstia
cósmica, segundo o qual sugere é arrogante pensar que os humanos estão
sozinhos no universo.
As explicações mais simples e testáveis envolvem processos físicos conhecidos em cometas. Saltar para a conclusão de tecnologia extraterrestre sem esgotar todas as possibilidades naturais não é o método científico padrão. — Karen Meech, astrônoma da Universidade do Havaí, especialista em corpos pequenos do Sistema Solar.
Principais características observadas no 3I/ATLAS
- As principais características observadas no 3I/ATLAS consistem em:
- Trajetória hiperbólica que indica origem interestelar;
- aceleração não explicada apenas pela gravidade;
- A ausência de uma cauda de poeira típica;
- a forma possivelmente muito achatada;
- A composição superficial é distinta da dos cometas locais;
- rapidez da sua passagem pelo Sistema Solar interior;
- debates científicos, dividido entre o ceticismo e a abertura das hipóteses exóticas.
São vários os fenômenos naturais que podem ilustrar o
comportamento do objeto:
- Sublimação de gelos exóticos sob calor solar;
- fragmentação do núcleo, libertando material e aceleração.
- Uma instância adicional envolveria a pressão de radiação sobre partículas muito pequenas.
- Certos esteróides ativos que exibem atividades sem cauda evidente.
- Outro modelo sugere que o 3I/ATLAS se formaria a partir de um agregado de poeira coeso.
- Esses exemplos mostram a vasta gama de explicações possíveis dentro do conhecimento astrofísico atual.
Discutir o visitante interestelar evidencia que a humanidade anseia pelo saber. Enquanto os cientistas oferecem explicações naturais, os ufólogos apostam em extraterrestres. Essa disputa de ideias se assemelha a uma competição entre fanáticos. Quando os segredos do próximo viajante cósmico se revelarem, o universo contará a piada final. Até lá, a arrogância humana continuará se divertindo com o magnífico enigma. (DS)
FONTES: NASA Science (gov.) | IFLScience | Live Science