Embora o uso de ervas, como boldo, guaco, gengibre e camomila, esteja em alta entre adeptos da terapia natural, é preciso ter cuidado com as contraindicações, automedicação e efeitos colaterais
Da Redação✍
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Por que tantas pessoas
recorrem às plantas medicinais para tratar sintomas leves ou crônicos? Mesmo
com a popularidade em alta, estariam as pessoas realmente informadas sobre os
possíveis efeitos adversos, interações medicamentosas e riscos de cada erva? De
acordo com estudos de entidades como a Fiocruz e o Ministério da Saúde, o uso
terapêutico de ervas exige cautela e preparo para não colocar a saúde em risco.
Como diversas plantas
apresentam compostos bioativos com efeito terapêutico, sua utilização tem se ampliado
no Brasil e no mundo. Por esse motivo, aumenta também o número de pesquisas que
analisam as interações entre fitoterápicos e medicamentos alopáticos. O uso
indevido desses produtos pode provocar efeitos colaterais, especialmente em
pessoas com doenças crônicas ou que fazem uso contínuo de fármacos prescritos.
Desde tempos remotos, comunidades indígenas utilizam ervas como forma primária de tratamento. Hoje em dia, há um interesse crescente por alternativas à medicina convencional, inclusive em centros urbanos e consultórios. Atualmente, há um interesse cada vez maior por alternativas à medicina convencional, inclusive em centros urbanos e consultórios. Ao mesmo tempo em que profissionais de saúde se atualizam sobre fitoterapia, políticas públicas brasileiras passaram a regulamentar a prática. No SUS (Sistema Único de Saúde do Brasil), em especial, o uso de plantas como guaco, alcachofra e gengibre já está estabelecido em algumas unidades desde a década de 2000, com protocolos e critérios técnicos.
Embora os medicamentos
industrializados passem por testes rigorosos antes de serem postos no mercado,
muitas plantas utilizadas pela população ainda carecem de evidências
científicas suficientes. Embora o boldo seja conhecido por aliviar sintomas
digestivos, seu consumo em excesso pode causar ardência no estômago. Do mesmo
modo, o gengibre tem efeito anti-inflamatório, mas, em excesso, pode interferir
na coagulação do sangue, diferentemente de remédios com dose precisa.
O uso terapêutico de plantas medicinais é uma realidade presente em várias práticas clínicas do SUS e deve ser realizado com base em evidências científicas, respeitando a individualidade e a condição de saúde de cada paciente. — Ministério da Saúde (Brasil), no documento oficial Plantas Medicinais na Prática Clínica: Orientações e Cuidados.
Apesar dos efeitos terapêuticos atribuídos a diversas plantas, há riscos quando utilizadas sem orientação profissional. A automedicação com fitoterápicos pode causar reações adversas graves, especialmente quando há associação com fármacos de uso contínuo. — Revisão científica publicada na PubMed sob o título Eficácia e Segurança de Plantas Medicinais: Uma Revisão Sistemática.
Primeiro, é essencial
saber que o boldo, embora popular, pode ser hepatotóxico em doses elevadas. Em
segundo lugar, o guaco possui propriedades expectorantes, mas deve ser evitado
por mulheres grávidas. Em terceiro lugar, a alcachofra auxilia na digestão, mas
não deve ser consumida por quem tem obstruções biliares. A equinácea, em quarto
lugar, age no sistema imunológico, ainda que possa causar reações alérgicas. A
camomila tem efeito sedativo, mas pode interagir com anticoagulantes. Em sexto
lugar, o gengibre ajuda a combater náuseas, mas deve ser ingerido com cuidado
antes de cirurgias.
Um exemplo frequente é o
uso do chá de camomila para insônia. Embora eficaz para algumas pessoas, seu
consumo em grandes quantidades pode causar sonolência excessiva e interagir com
antidepressivos. Outro caso comum envolve o uso de gengibre para náuseas, que,
apesar dos benefícios, pode interferir em medicamentos anticoagulantes. O
guaco, por sua vez, é recomendado para tosse, mas é proibido para pessoas com
distúrbios hepáticos ou que estejam grávidas.