Saiba por que os pediatras discordam de crenças e conselhos antigos, defendem o decúbito dorsal e rituais noturnos como base para uma noite de sono tranquilo do seu bebê
Da Redação ✍
![]() |
Como conciliar a busca dos pais por uma noite tranquila com
as evidências científicas sobre o sono do bebê, evitando armadilhas comuns que
comprometem a segurança? Muitos pais repetem conselhos sobre como fazer uma
criança dormir cuja eficácia está desatualizada e que podem representar riscos,
especialmente no que se refere à Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI). Por
que é importante que o recém-nascido durma sempre de barriga para cima? E qual
é o benefício de introduzir uma rotina noturna previsível? Essa dinâmica é
crucial para o desenvolvimento saudável e um descanso reparador para toda a
família.
Dormir de barriga para cima é o mais recomendado pela ciência, pois diminui o risco da SMSI. Essa postura facilita a capacidade respiratória do bebê, o que é vital. Dormir de bruços costumava estar associado a maior segurança, mas agora é desaconselhado. Por isso, médicos do mundo todo recomendam o uso de colchões firmes e berços sem objetos soltos. Não seguir essas diretrizes coloca o bebê em risco, portanto a segurança deve vir antes de qualquer conveniência. Essa abordagem rigorosa é importante, pois o período inicial é de maior risco para o bebê, exigindo cuidados constantes com a superfície em que ele repousa.
É fundamental identificar os sinais de sono e estabelecer uma rotina imediatamente, pois o atraso no horário de dormir pode levar ao cansaço excessivo. O banho deve vir antes da massagem, com o uso de um creme apropriado. Manter a luz baixa e evitar a luz forte é importante. Em seguida, a criança deve ser colocada de volta no berço. Caso sugiram dividir o quarto, evite dividir a cama. Sempre que possível, deixe o bebê no berço ainda acordado. Muitos especialistas dizem que é melhor não fazer nada até os seis meses para conferir se a criança se acalma sozinha, e isso pode demorar, e os cuidadores precisam ter muita paciência.
As recomendações sobre o sono infantil mudaram muito ao longo do tempo. Bebês eram postos para dormir de bruços, mas estudos mostraram que a posição supina é mais segura. O cry it out quer que o bebê durma sozinho e isso gera polêmica. A oferta de alimento até a criança adormecer pode criar uma experiência negativa, mas a rotina pode ensiná-la a se acalmar sem necessidade do seio ou da mamadeira. Especialistas da BBC News Brasil reforçam que não existe um modelo único de sono e que os ciclos dos bebês apresentam variabilidade. É importante aceitar as mudanças no desenvolvimento.
O ciclo de sono dos recém-nascidos é muito diferente do de um adulto, caracterizado por períodos curtos de sono ativo e sono profundo, o que explica os despertares noturnos frequentes nos primeiros meses de vida. A maturação do sono é um processo gradual, de modo que a expectativa de uma noite ininterrupta antes dos seis meses, por exemplo, é irreal para a maioria dos casos. Estudar o sono ativo, fase onde o bebê se move, resmunga ou sorri, nos permite entender que nem todo barulho significa despertar ou fome, prevenindo intervenções desnecessárias que podem quebrar o ritmo de descanso que a criança está tentando estabelecer. A ciência corrobora a tese que a regularidade é mais importante que o tempo total, visto que um sono previsível e seguro apoia o desenvolvimento neurológico saudável durante a primeira infância. — Dr. Marcos Pontes, pediatra especializado em neurodesenvolvimento infantil e pesquisador sobre o ritmo circadiano de lactentes.
Apesar da crescente evidência sobre segurança e rotina, o debate sobre o "treinamento de sono" e a metodologia de deixar o bebê chorar para que ele aprenda a se acalmar sozinho, persiste como um ponto de fricção entre teorias e pais. Questiona-se se o estresse prolongado causado pelo choro sem resposta imediata não poderia afetar o vínculo de apego ou os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse, na criança, mesmo que ela demonstre "aprender" a dormir. Seria o objetivo de dormir a noite toda mais importante que a resposta empática às necessidades do infante, sobretudo durante uma fase de desenvolvimento cerebral acelerado? Muitos neurocientistas refutam a ideia de que a técnica ignora o lado emocional, sugerindo que o conforto imediato cria uma base de segurança psicológica essencial. — Elisabeth Távora, psicóloga clínica com foco em parentalidade consciente e relações de apego na primeira infância.
Em primeiro lugar, a regra de ouro para a segurança é sempre colocá-lo para dormir de costas, como recomenda a campanha Back to Sleep, amplamente divulgada por entidades de saúde. Além disso, o berço deve conter um colchão firme coberto apenas com um lençol ajustado É crucial manter o berço vazio: retire travesseiros, cobertores soltos, protetores laterais e brinquedos macios, pois eles configuram riscos de sufocamento.
Outro fator importante é a partilha do quarto, mas não da
cama, pelo menos nos primeiros seis meses de vida, período no qual se deve
estabelecer uma rotina noturna de cuidados, como banho e massagem, para sinalizar
a chegada do descanso. Por último, o bebê deve ser vestido com roupas
adequadas à temperatura ambiental para evitar o superaquecimento, pois essa condição
também aumenta o risco. Após o primeiro ano, espera-se um sono noturno de
oito a dez horas, com cochilos diurnos cada vez menores à medida que a criança
cresce.
As recomendações sobre o sono infantil mudaram muito com o tempo. Bebês eram postos para dormir de bruços, mas estudos científicos mostraram que a posição supina é mais segura. A técnica cry it out quer que o bebê durma sozinho, o que gera polêmica. A prática de amamentar até a criança adormecer pode criar uma associação negativa; recomenda-se estabelecer uma rotina para ensiná-la a se acalmar sem a necessidade do seio ou da mamadeira. Especialistas da BBC News Brasil reforçam que não existe um modelo único de sono e que os ciclos dos bebês apresentam variações. É importante entender que as noites de sono podem ser interrompidas.
Massagens suaves, por exemplo, estimulam a liberação de
oxitocina, o hormônio do bem-estar. Em outras palavras, o objetivo não é apenas
deixá-lo cansado, mas também fazer com que seu sistema nervoso parassimpático
se ative.
O swaddling, ou embrulho,
simula o útero e ajuda os recém-nascidos, mas deve ser interrompido assim que a
criança mostra sinais de que pode deitar-se de barriga para baixo, o que
geralmente ocorre antes dos dois meses.
Segurança e rotina constituem pilares inegociáveis para a saúde do sono infantil. A posição supina é mandatória para evitar a SMSI, e o berço deve permanecer livre de quaisquer objetos que possam oferecer risco. Da mesma forma, estabelecer rituais noturnos consistentes, como o banho e a massagem, cria associações positivas com o sono e estimula a independência progressiva da criança. Os conselhos antigos, como colocar o bebê de bruços ou não atender ao seu choro, não são bons. Estudos mostram que é mais benéfico para o bebê e para o vínculo entre pais e filhos atender às suas necessidades. Isso garante que o bebê durma bem e se desenvolva de maneira adequada. (DS)
Fonte: BBC NEWS Brasil | Johnsonsbaby.com.br | Mayo Clinic
Que Tal? Gostou? Comente, divulgue Notícias & Novidades!!!
© 2023-2025 Notícias & Novidades — Todos os direitos reservados