O enigmático e controverso terceiro visitante interestelar

O visitante cósmico 3I/ATLAS fascina especialistas com sua trajetória hiperbólica, atividade cometária e comportamento incomum, com explicações naturais e especulações sobre possível origem artificial

Da Redação


Imagem do Telescópio Espacial Hubble de 3I/ATLAS, mostrando a cabeleira e uma cauda crescente. Imagem: NASA/ESA/David Jewitt (UCLA)/ Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)


A descoberta de 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar identificado em nosso sistema, instiga dúvidas: trata-se de um cometa típico ou poderia ser algo artificial? Desde sua detecção, observam-se evidências de atividade cometária, mas também especulações sobre sua origem. Há uma grande riqueza de ambientes e fenômenos no planeta.

Devido à sua trajetória claramente hiperbólica, com excentricidade muito acima de 1, foi classificado como objeto interestelar. Tal fato despertou interesse científico imediato e observações intensificadas. Dessas análises, detectou-se a presença de água e fragmentos de gelo, o que levou à sua identificação como cometa, embora ainda houvesse teorias alternativas.

Enquanto se aproxima do periélio, previsto para 29 de outubro de 2025, 3I/ATLAS percorreu, desde sua descoberta em 1.º de julho, uma trajetória hiperbólica que o levou de cerca de 4,5 UA até quase 1,38 UA do Sol, e cruzou o espaço entre as órbitas de Júpiter e Marte. Durante esse período, seu comportamento evoluiu, com atividade cometária e criação de coma, conforme registrado por diversas observações terrestres e espaciais.

Em comparação com Oumuamua e 2I/Borisov, o objeto interestelar se destaca por ter excentricidade e tamanho estimados muito maiores. Ao contrário do Oumuamua, que não apresentou sinais claros e ação, o terceiro visitante exibe coma e emissão de água, atributos característicos de cometas, o que favorece sua categoria de objeto natural. 

O cometa, segundo a maioria de cientistas, sugere a hipótese de uma tecnologia alienígena com base em sua trajetória e comportamento únicos", afirmou o astrofísico de Harvard, Avi Loeb. Muitos astrônomos, no entanto, rejeitam essa hipótese, apontando características clássicas de cometas interestelares, como a presença de gelo ativo e a presença de água e poeira, o que reforça a teoria natural.


A órbita do 3I/ATLAS. imagem: NASA/JPL-Caltech


O astrofísico Loeb e seus colaboradores propuseram uma hipótese ousada: 3I/ATLAS poderia representar um artefato tecnológico extraterrestre. Por sua trajetória e alinhamento incomuns com o plano orbital da Terra, o visitante, supostamente vindo de outra galáxia, tem uma chance estimada de acaso inferior a 0,2%, haja vista suas passagens "precisas" por Vênus, Marte e Júpiter (com probabilidade de acaso estimada em 0,005%), indícios possíveis de "direção inteligente". Segundo os cientistas da equipe do professor — que também é ufólogo e escritor, trata-se de uma especulação com fins "pedagógicos", que merece uma análise mais profunda.

Entretanto, especialistas enfatizam que o 3I/ATLAS exibe um comportamento típico de cometas interestelares, e sua origem natural é fortemente sugerida pela evidência de vapor d'água e de materiais gelados em liberação devido à proximidade com o Sol. Eles consideram as especulações sobre tecnologia como distração que não contribui à pesquisa científica fundamentada.

Podemos destacar sete características relevantes de 3I/ATLAS:

  1. Terceiro objeto interestelar confirmado, após ‘Oumuamua e 2I/Borisov;
  2. Trajetória hiperbólica com excentricidade recorde superior a 6;
  3. Atividade cometária clara com emissão de água, vapor e grãos de gelo;
  4. Diâmetro estimado entre 0,32 e 5,6 km;
  5. Sua origem é desconhecida, mas acredita-se tratar-se de uma região de baixa metalicidade com até 7 bilhões de anos;
  6. Passagem segura, sem ameaça à Terra;
  7. Debate entre a hipótese de uma sonda alienígena e a possibilidade de vida natural.

Por exemplo, observações feitas com o telescópio Swift identificaram a emissão de OH e vapor d'água quando o objeto ainda estava a cerca de 3,5 UA do Sol, algo incomum para cometas nessa distância, o sinal de forte atividade. Além disso, os dados fotométricos revelam uma atividade de poeira em aumento periódico e uma rotatividade estimada em 16,16 horas, aspectos compatíveis com cometas.

No fim, o objeto, cuja origem ainda é desconhecida, continua sendo um mistério fascinante: pode vir de sistemas antigos ou até mesmo sugerir a presença de "inteligência extraterrestre". Não importa o desfecho, sua passagem nos desafia a olhar para o cosmos com curiosidade, rigor e abertura ao inesperado. Quem sabe, quando menos esperamos, estaremos prontos para dar as boas-vindas ao desconhecido. (DS)

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