Desextinção avança com CRISPR, mas levanta debates éticos profundos sobre nosso papel na natureza
Da Redação✍
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Imagem: Criação digital com suporte da IA ChatGPT |
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Por outro lado, a comunidade científica apresenta visões diametralmente opostas. Enquanto alguns especialistas comparam o esforço a um triunfo da engenhosidade humana, outros contrastam tal otimismo com a atual urgência. Embora alguns biólogos estejam entusiasmados, muitos conservacionistas se opõem frontalmente à idéia. Eles argumentam que os recursos destinados à ressurreição de um animal simbólico deveriam, na verdade, ser usados para proteger rinocerontes ou elefantes em risco de extinção. Ao contrário do foco em espécies carismáticas extintas, a prioridade absoluta deve ser evitar novos desaparecimentos.
A ambição de reviver o passado colide com as responsabilidades do presente. O fascínio pela conquista técnica não pode cegar para os imperativos éticos e práticos.
O imenso custo financeiro da desextinção poderia salvar inúmeras espécies à beira do sumiço. Recursos aplicados em habitat e combate à caça ilegal trariam resultados concretos e imediatos, em vez de uma aposta num futuro distante e hipotético. — Dr. George Church, geneticista de Harvard e cofundador da Colossal Biosciences.
Esses projetos envolvem várias etapas complexas. Primeiro, os cientistas sequenciam o genoma do animal extinto a partir de amostras. Em seguida, editam o DNA de um parente vivo próximo, como o elefante asiático no caso do mamute, e implantam o embrião modificado em um hospedeiro. Depois, monitoram o seu desenvolvimento e, finalmente, pretendem devolvê-lo ao seu habitat de origem. Cada fase representa um grande obstáculo.
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Diversas iniciativas ilustram o movimento pela desextinção. Por exemplo, o projeto do mamute-lanoso busca recriar um animal adaptado ao frio. Outro alvo notável é o tilacino, também conhecido como lobo-da-tasmânia, que desapareceu no século 20. Ainda há esforços para reintroduzir o pombo-passageiro, outrora abundante na América do Norte. Cada empreitada serve como uma mostra distinta do poder e dos limites da interferência genética.
Portanto, a desextinção permanece uma fronteira ambígua. Une maravilha tecnológica e dilema moral profundo. Para isso, é preciso manter um equilíbrio delicado: explorar todo o potencial da ciência sem abrir mão da conscientização planetária. O verdadeiro triunfo não se limita a reviver o que foi perdido, mas a garantir um futuro para toda a vida na Terra. (DS)FONTES: Superinteressante| National Geographic Portugal | CNN Brasil


