Materializações de fantasmas de pessoas falecidas, produzidas por uma jovem médium costarriquenha são consideradas autênticas por pesquisadores renomados
Da Redação✍
A mediunidade sempre fascinou estudiosos e céticos ao longo da história. No início do século 20, um nome se destacou no campo dos fenômenos espirituais tangíveis: Ofélia Corrales. Natural de San José, Costa Rica, a jovem tornou-se conhecida por suas impressionantes materializações que desafiaram os limites do conhecimento da época e atraíram a atenção de cientistas renomados. Realizadas sob rigorosos critérios de pesquisa, os testes consolidaram sua notabilidade como uma das mais autênticas médiuns de sua época na revista Anais da Ciência Psíquica (obra de Paul Gibier, França,1910).
Ela iniciou a carreira mediúnica em um contexto de grande efervescência no estudo dos fenômenos. Relatos sobre suas habilidades extraordinárias foram também difundidos em periódicos semanais do início do século passado, O Século Espírita (cidade do México) e a A Voz da Verdade (Barcelona, Espanha). Sob a supervisão de estudiosos como Alberto Brenes, Roberto Brenes Mesen e Ramiro Aguilar, seus experimentos surpreenderam as sessões de ectoplasmia ao proporcionar fenômenos de efeitos físicos e testes rigorosos para comprová-los.
Havia uma singularidade nas sessões: a consistência dos fenômenos observados. As testemunhas relataram a materialização de fantasmas com os quais interagiram, que movimentavam objetos e até faziam cumprimentos aos participantes reconhecidos por eles. Espíritos como Mary Brown e Miguel Ruiz eram presenças recorrentes, manifestando-se em conjunturas controladas para evitar fraudes, conforme um artigo da referida revista mexicana. Aos olhos de todos, nos testes, o Espírito Ruiz permitiu exames físicos minuciosos, nos quais seu pulso e, às vezes, ao mesmo tempo, em locais distintos, o fantasma da própria Ofélia era visto (provável fenômeno de bilocação).
Pesquisadores da época confirmaram que as materializações visíveis possuíam “forma física”, segundo um relato da Anais da Ciência Psíquica e resistiam a testes empíricos realizados sob estrita supervisão. Paralelamente, o médico e pesquisador, Ramiro Aguilar, observou que algumas aparições apresentavam sinais de aparente desgaste momentâneo, desvanecendo ou se tornando translúcidas antes do previsto, fato gerador de dúvidas em parte da comunidade acadêmica.
Entre os que corroboravam a veracidade dos fenômenos, como o fisiologista espanhol, Luis Simarro, da revista A Voz da Verdade, puseram em xeque o que presenciaram nos austeros e exaustivos experimentos — para ele, os processos de materialização poderiam envolver truques de ilusionismo. A divergência entre os especialistas ampliou o debate sobre os métodos utilizados para a análise da fenomenologia mediúnica.
Estudiosos, como Roberto Brenes Mesen, da revista O Século Espírita, afirmam que nem todas as manifestações produzidas pela médium
costarriquenha poderiam estar associadas exclusivamente a enganos de ótica ou
fraudes. Ele enfatizava o rigor dos testes conduzidos que impossibilitavam a
intervenção de agentes externos dispostos a manipular os resultados.