De pandemias a desigualdades no acesso a tratamentos, os problemas de saúde no século 2I exigem cooperação internacional — mas será que o mundo está preparado?
Da Redação✍
![]() |
A saúde global nunca foi tão interdependente. Uma doença em um país distante pode se tornar uma emergência planetária em questão de semanas, como mostrou a pandemia de coronavírus. Embora algumas nações estejam avançando em tecnologias médicas, outras ainda lutam contra doenças evitáveis. Essa disparidade não representa apenas uma injustiça, mas também uma ameaça à segurança de todos.
Devido à globalização, vírus
e bactérias circulam mais rápido que nunca. Por isso, surtos locais
transformam-se em pandemias com facilidade. Consequentemente, sistemas de saúde
frágeis entram em colapso, como ocorreu na Índia em 2021. Até países ricos
sofrem com novas variantes e interrupções econômicas.
Em 2020, a doença se espalhou por todos os continentes em
meses. Atualmente, a África enfrenta um acesso desigual às vacinas, no mesmo
momento em que a Europa discute a necessidade de doses de reforço anuais. Além
disso, regiões como o Sudeste Asiático lidam com a dengue resistência
antimicrobiana. Paralelamente, a OMS alerta para possíveis novas epidemias até
2030.
Ao contrário do que ocorria no século 20, quando as ameaças
se restringiam a uma região, hoje um patógeno na Ásia pode chegar à América em
poucas horas. Em contraste com a era pré-internet, informações (e
desinformação) sobre saúde viralizaram em minutos. Em 2020, a doença se
espalhou por todos os continentes em questão de meses. Atualmente, a África
enfrenta um acesso desigual às vacinas, enquanto a Europa discute a necessidade
de doses de reforço anuais. Além disso, regiões como o Sudeste Asiático lidam
com a dengue.
A saúde global só é forte quanto seu elo mais fraco. Ignorar países pobres não é imoral — é burrice epidemiológica. — Dra. Soumya Swaminathan, ex-diretora-científica da OMS.
Ajuda internacional frequentemente vem com interesses políticos, criando dependência em vez de autonomia. — Dr. Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS na África.
Primeiro, a desigualdade no
acesso a vacinas custou milhões de vidas. Segundo, mudanças climáticas ampliam
doenças como malária e cólera. Terceiro, superbactérias matam 1,2 milhão por
ano. Em quarto lugar, sistemas de saúde subfinanciados se mostram incapazes de
lidar com crises. Em quinto lugar, a desinformação prejudica campanhas de
preventivas. Em sexto lugar, os conflitos armados destroem a infraestrutura
médica.
Em 2021, países como Haiti e Iêmen registraram surtos de
cólera após desastres naturais e guerras. Em contrapartida, países como Coreia
do Sul e Nova Zelândia controlaram a doença com o uso de tecnologia e
vigilância O
Brasil, no entanto, mostrou como desigualdade social torna pandemias mais
letais, com mortes concentradas em favelas.
A solução exige três ações: (1)
financiamento coletivo para sistemas de alerta precoce; (2) tratados internacionais
que garantam equidade em vacinas; (3) educação em saúde como prioridade global.
Como visto com a varíola e a pólio, as doenças só desaparecerão quando o mundo
agir em conjunto.
FONTES: Organização Mundial da Saúde (OMS) | The Lancet | BBC Future